O oceano separou-se de mim enquanto me fui esquecendo nos séculos e eis-me presente reunindo em mim o espaço condensando o tempo. Na minha história existe o paradoxo do homem disperso Enquanto o sorriso brilhava no canto de dor e as mãos construíam mundos maravilhosos john foi linchado o irmão chicoteado nas costas nuas a mulher amordaçada e o filho continuou ignorante E do drama intenso duma vida imensa e útil resultou a certeza As minhas mãos colocaram pedras nos alicerces do mundo mereço o meu pedaço de chão |
António Agostinho Neto nasceu em 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxikane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 km de Luanda, Angola. Sua poesia, tem suas raízes históricas mergulhadas na longa tradição da literatura angolana patriótica que data já as últimas décadas do século XIX. Empenhou-se em movimentos nacionalistas e anticoloniais, o que pode ser notado pela maior parte dos seus poemas em que expõe o sofrimento do seu povo, sendo um dos poetas angolanos mais consagrados e primeiro presidente da Angola independente.
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